domingo, 2 de setembro de 2012

Editorial: MG-050, uma estrada sem lei

A presença de câmeras de monitoramento de tráfego, uma renovada frota de viaturas policiais financiada em parte pela parceria público-privada (PPP) e a própria presença da concessionária Nascentes das Gerais seriam bons motivos para colocar qualquer motorista que dirija na MG-050 “na linha”. Mas não é esse o cenário visto por quem trafega na rodovia durante os fins de semana, principalmente à noite. Entre abusos e as restrições de uma pista simples em seus quase 400 quilômetros – em alguns trechos nem há sinalização sobre o asfalto –, condutores tem colocado suas vidas e as dos demais em risco. Acelerando acima dos limites de velocidade, forçando ultrapassagens, e com a potência de faróis de xênon azulados, ofuscando a visibilidade, estes verdadeiros kamikazes do asfalto não se importam consigo e muito menos com a lei, embora o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) seja duro perante barbaridades. Ao menos na teoria.

Que o diga o motorista da Toyota Hilux SW4 preta e de rodas cromadas que, assim como muitos, vem utilizando as pistas laterais do perímetro urbano de Itaúna para “levantar voo” e, assim, conseguir transpor os lentos caminhões que travam as faixas centrais. Pobres aqueles que estejam dirigindo corretamente, mas na sua frente...

Na ponte sobre o Rio Itapecerica, em Divinópolis, um exemplo ainda mais grave e que, por uma distância de centímetros, não terminou em tragédia. Eram 21h20 de domingo. Para não precisar reduzir aos 40 km/h limitados no trecho, o motorista (ou seria louco) de um Fiat Mille prateado decidiu acelerar e ultrapassar outro carro pelo acostamento. Não se deu nem ao trabalho de sinalizar com uma seta ou farol alto. Flagrado pelas câmera voltada ao sentido Belo Horizonte da estrada, entretanto, ele foi. Será identificado e autuado? Talvez não.

Daí novamente nos perguntamos: até quando a segurança será deixada de lado em uma rodovia onde a melhora desta é um dos principais argumentos da cobrança do pedágio? Com a palavra, os responsáveis. Antes que seja tarde demais.